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Mulheres em cargos de liderança ganham R$ 40 mil a menos por ano do que homens, aponta Dieese

O Dieese divulgou um estudo mostrando que mulheres em cargos de liderança no Brasil ganham, em média, R$ 40 mil a menos por ano do que homens em posições equivalentes. A diferença salarial de 29% reflete uma desigualdade estrutural influenciada por fatores como a divisão desigual de tarefas domésticas e a falta de políticas de equidade. Setores como tecnologia e finanças apresentam as maiores disparidades. Especialistas defendem medidas como transparência salarial e programas de mentoria para promover a igualdade de gênero no mercado de trabalho.

8 de março de 2025
Imagem via Unsplash - ThisisEngineering

Um estudo divulgado pelo Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese) nesta sexta-feira (8) revelou que as mulheres em cargos de liderança no Brasil recebem, em média, R$ 40 mil a menos por ano do que os homens em posições equivalentes. A pesquisa, que analisou dados de 2024, destacou a persistência da desigualdade de gênero no mercado de trabalho, mesmo em funções de alto escalão.
De acordo com o Dieese, enquanto os homens em cargos de liderança tiveram uma remuneração média anual de R180mil,as mulheres receberam 140 mil no mesmo período. A diferença salarial de aproximadamente 29% reflete um cenário de disparidade que vai além da questão salarial, envolvendo também oportunidades de ascensão profissional e reconhecimento.

Desigualdade estrutural
O estudo apontou que a desigualdade salarial entre homens e mulheres é influenciada por fatores como a divisão desigual de tarefas domésticas, a maternidade e a falta de políticas corporativas que promovam a equidade de gênero. Além disso, as mulheres enfrentam maiores desafios para alcançar cargos de liderança, muitas vezes encontrando barreiras invisíveis, conhecidas como “teto de vidro”.

“Apesar dos avanços nos últimos anos, as mulheres ainda enfrentam dificuldades para ocupar espaços de poder e decisão. A diferença salarial é apenas um dos reflexos dessa desigualdade estrutural, que precisa ser combatida com políticas públicas e iniciativas privadas”, afirmou uma das pesquisadoras responsáveis pelo estudo.Setores com maior disparidade
A pesquisa do Dieese também destacou que a desigualdade salarial varia conforme o setor da economia. Em áreas como tecnologia e finanças, a diferença entre os salários de homens e mulheres em cargos de liderança chega a 35%. Já em setores como educação e saúde, onde a presença feminina é historicamente maior, a disparidade é menor, mas ainda significativa, em torno de 20%.

Impacto econômico e social
A desigualdade salarial não afeta apenas as mulheres, mas também a economia como um todo. Estima-se que a equiparação de salários entre gêneros poderia injetar bilhões de reais na economia, além de promover um ambiente de trabalho mais justo e produtivo. “A equidade de gênero não é apenas uma questão de justiça social, mas também um fator de desenvolvimento econômico”, ressaltou o Dieese.

Caminhos para a equidade
Para reduzir a disparidade, especialistas sugerem a adoção de medidas como a implementação de políticas de transparência salarial, a promoção de programas de mentoria para mulheres e a criação de incentivos para empresas que adotem práticas de equidade de gênero. Além disso, a ampliação de licenças-parentais e a oferta de estruturas de apoio, como creches no ambiente de trabalho, são apontadas como essenciais para garantir que as mulheres possam conciliar carreira e vida pessoal.

“Precisamos de ações concretas e contínuas para mudar essa realidade. A igualdade de gênero no mercado de trabalho é um desafio que exige o envolvimento de todos: governo, empresas e sociedade”, concluiu o estudo.

Enquanto isso, as mulheres seguem lutando por reconhecimento e igualdade, em um mercado que ainda precisa evoluir para garantir oportunidades justas e salários equitativos.

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